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Poesias-->RUMOS NA AVALANCHE DA ESCRITA -- 24/09/2005 - 10:08 (João Ferreira) |
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RUMOS NA AVALANCHE DA ESCRITA
Jan Muá
24 de setembro de 2005
Escrevo como quem sobe a montanha por caminhos incógnitos
Até aos cumes de onde despencam avalanches!
Escrevo como quem trabalha na subida
O cume da expressão
Rumo à morada do pensamento...
Escrevo para dobrar minha vontade
E proclamar a impossibilidade de dizer de uma só vez
A complexidade ontológica do mundo!
Escrevo combinando as letras de um teclado
Que me ajudará a subir e a descer vertentes
Quentes e frias de um mundo de vielas apertadas...
Escrevo esparramando antenas por desconhecidas latitudes
Para evitar a queda mortal em desfiladeiros...
Escrevo percorrendo trilhas inóspitas
De pergaminhos novos e rasurados
Gerindo os dedos para que ao comando da mente
Encontrem as justas combinações entre signos
No delirante passeio pelos semióticos caminhos dos sinais!
Escrevo como se estivesse cercado de troncos e de sombras
Em mata ciliar ou em floresta de abetos hirtos
Apontando estiletes de uma escrita ordenada
Concentrado na emoção tensa da expressão...
Escrevo como quem percorre um caminho
Onde vozes interiores animam novas criaturas
Numa renovação de mundos
De emoções e de sentidos!
Quando cruzo os braços e a inspiração me deixa
Sento-me na rocha junto ao rio
Direciono os olhos e contemplo o desconhecido
Tirando das águas o espelho que me refletirá novamente
Em meu caminho...
As vertigens do encoberto me percorrerão
E de novo a minha mente inventará
O espaço renovado da caminhada criadora
Clamando pela armação de uma rede de sentido...
Novos lances de viagem surgirão
Em palavras associadas
Com as ilusões de um mundo que será futuro
No horizonte da expressão criada
No painel amplo da expressão e comunicação!
Aliados, os livros ficarão de boca fechada
Até que ao momento em que pelos olhos
Me revelarão o sentido que têm para me oferecer...
Pela janela ao lado abrirei outro mundo
Que incluirei neste
E quando a noite me vier restituir a alvorada do sonho
Me abrirei para novas auroras boreais
Que se debruçarão coloridas de rosa diante da mente inquiridora...
Eu escrevo como quem fabrica e constrói estradas para viajar
Como quem vive em perspectiva
E abre nos céus novas pistas de sedutora navegação.
Jan Muá
24 e setembro de 2005 |
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