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| Poesias-->NASCER E MORRER -- 08/10/2005 - 15:40 (Benedito Generoso da Costa) |
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NASCER E MORRER
Eu já nasço morto,
Tendo mãe antiga,
Sou futuro aborto
Que jaz na barriga.
Com a dor da intriga
Eu não me conforto.;
Sem a mão amiga,
No porto me aporto.
Já não mais suporto
O que está no mundo.;
Mais que um vivo-morto,
Sou um moribundo.
Vou até o fundo
Pra morrer agora
Porque sou o imundo
Que me botam fora.
Eu vou nesta hora
Proferir blasfêmia
Contra a senhora
Mãe que não é fêmea.
Porém peço vênia
Ao Juiz Doutor,
Que não se abstenha
Julgue esse senhor.
Uma ou outra dor
Quem é que não tem?
Sofre-se um horror
Só por querer bem.
Esvai-se e não vem
O beijo mais triste
Dado para alguém
Que já não existe.
Foram-se pro Além
Os que amei demais,
Dizendo Amém,
Deixando os ais
Eu não quero mais
Nunca mais odiar,
Pois li nos anais
Que o amor vai voltar.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benedito.costa@previdencia.gov.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS
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