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Poesias-->CAIXA DOIS E METÁSTASE -- 09/10/2005 - 15:40 (ANTONIO MIRANDA) |
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CAIXA DOIS E METÁSTASE
Poema do Barão de Pindaré Jr. *
Porque sempre foi assim,
não tem por que ser sempre assim.
Acuado pela crise
o presidente Lula orquestrou
a tese do Caixa Dois
como um vício republicano
- a compra de votos –
trocando o efeito pela causa:
um determinismo político
execrável mas justificável.
Instado a pronunciar-se
depois da queda de ministros e assessores
e de aliados envolvidos com os escândalos,
declarou-se surpreso e traído.;
afirmou que cortaria da própria carne
se preciso fosse
como a oferecer outro dedo ao sacrifício
- mas não apontou culpados.
Quando a crise arrefeceu
saturada e alastrada pelos partidos
da base aliada e entre adversários
pelas empresas estatais e fundos de pensão
no escambo e escambau
numa trama tentacular e cancerosa
o presidente ofereceu cargos
e liberou verbas aos políticos
e admitiu que houve erros
mas nunca-jamais corrupção
em seu governo
(dizendo ser essa a prática de governos anteriores)
logo aplaudido pelos acusados
e ameaçados de cassação de mandatos.
Mas a crise se alastra
subterrânea e sub-reptícia
e os cadáveres saem dos arquivos
para as manchetes dos jornais
na metástase do poder corrompido,
nos estertores de um sistema político
falido.
[Ainda sonho com o parlamentarismo
com partidos estáveis, fidelidade partidária,
com uma nova Constituinte,
com uma verdadeira reforma política!!!]
Agora são os canalhas
que se tornaram heróis
e saem dos bueiros, das prisões
das quadrilhas organizadas
para a glória pública
da delação premiada.
Barão de Pindaré Jr. é o heterônimo do poeta Antonio Miranda. Poema escrito no dia 9 outubro de 2005.
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