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Poesias-->O mal que não te fiz -- 15/12/2000 - 09:54 (Edilane Lira) |
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À vezes, ainda sinto saudade,
Como aquela tempestade,
Do último amor de migalhas que me deu...
Lembro do fim,
Do meio,
Do início...
Do palco onde brincamos de nos encontrar,
De trair,
De velar...
Éramos nós mesmos,
Vestidos de nossos segredos,
Eu o homem
Você a mulher...
Diabólico,
Infeliz,
Tão cheio de tantos defeitos.
Imperfeito...
O contrário da matriz.
Me arrasto pela casa,
Meu corpo passeia
Como quem se mata em um copo de bebida:
- É o nosso conhaque,
- Nosso martini,
- Nosso último trago,
No último trampolim...
Passeio entre os segredos,
lembro do guetos,
Dos beijos e
Sinto sua falta em mim..
É como um ir e vir que me devora,
Que me apovora,
Que joga com a minha amplidão...
Me abro,
Me cubro,
Me disfarço em cheiro,
Em gosto,
Em resto...
Em sexo...
Mas o teu credo,
Ainda crê em mim...
É uma noite que não acaba,
Que não me deixa,
Que não permiti...
Furo as escadas
Por me arrepender por não te matar,
Por não Ter matado
Por não Ter acabado
Com o pedaço que acabou comigo.
E nego o enredo,
Brinco com o texto
E no entanto,
Você continua aí,
A ir e vir
A esse mesmo mundo que nos derrotou,
Que nos cancelou,
Que embarcou nosso mito
Para um édipo frio
Sem vínculo,
Mas com um eterno ódio umbilical...
Sinto saudade,
Sinto saudade
Da sua crueldade em não estar
Onde nunca quis ficar,
Do seu querer
Tão por você
Que me fazia vício,
Remédio,
Orifício,
Certeza de um suicídio.
Sinto saudade
Do mal que não te fiz...
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