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Poesias-->MEU PAI -- 28/11/2005 - 21:39 (ANTONIO MIRANDA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MEU PAI



Poema de Antonio Miranda



Meu pai era bonito. E mulherengo.

Igual a tantos naquelas terras de homens

e de aventurança, de vidas empobrecidas,

de marasmo e suor nas virilhas,

onde apenas o cemitério segurava aquela gente

errante e retirante.



A rua acabava no rio

e ele, no bar, pelo caminho.



Vi, então, meu pai inteiro, desnudo,

tomando banho de caneco

e me apaixonei por ele

- eu tinha meus nove anos

e me reconheci no espelho avesso

de nossas diferenças.



Ele, tão libertino.

Eu, introvertido, escrevendo versos.



Mas o cigarro abreviou-lhe a vida

e as finanças da família,

virou fumaça e lágrimas.



Levitando como nuvem estacionada,

lá está ele segurando uma balança,

lembrança dos tempos de garimpo.



Diante de deus, de joelhos

- noves fora nada. Derradeira sentença,

dizia minha mãe desventurada.



Mas eu agora tenho os cabelos brancos

e espessos que ele me legou

mas não aquele olhar possessivo,

aquele olhar sentencioso e definitivo

que me conquistou

como o anti-herói.





Brasília, 27.11.2005

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