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Poesias-->Em segredo -- 18/12/2000 - 10:06 (Lucas Tenório) |
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Degredaram em segredo
o meu pobre brinquedo.
Era eu tão pequeno. Chorei.
Não sei se foi por medo
ou de raiva, eu não sei.
Meu singelo brinquedo.
Só se foi. Eu fiquei.
Confinaram e esconderam
a minha ilusão.
Já era eu tão humano, aguentei.
Já meio cartesiano
(só um pouquinho chorei).
Minha doce ilusão.
Onde está? Eu não sei.
Deus me deu trinta anos,
eu cresci e mudei.
Por completo em meus planos
não há mais desenganos,
não.
Não há pranto ou desterro.
Os meus olhos tão secos e frios.
Minhas mãos tão largadas
Não acolhem outros erros,
não.
Não mais entram por becos
que não sintam saída.
Vagam pelas calçadas,
com seus dedos sombrios,
a palma dolorida,
de uns apertos de mais.
Observam os sinais:
Se indicam uma longa
e segura avenida
Lá se vão minhas mãos
que mesmo com outras mãos,
sempre desacompanhadas.
Mas assim não ficou.
Meu brinquedo,
meu antigo brinquedo,
um brinquedo camarada,
Imaginem vocês
onde encontrou parada?
Em meus versos.
Se pião, rodopia.
Se uma pipa ele voa.
Se um carrinho transita,
numa trilha infinita,
da minha recordação.
E a minha ilusão?
Ah. Dessa amiga não sei,
Não mais vi.
Acho que se perdeu.
A alguém com apreço
por este pobre poeta
(por favor, tenho pressa)
se a encontrar por aí,
fale que estou aqui.
Dê-lhe o meu endereço.
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