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Poesias-->Traço de União -- 15/12/2005 - 22:04 (Gabriel de Sousa) |
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Transformei-me num pássaro
para dar asas à imaginação
Elevei-me no ar e voei
poisando nos mastros de vários navios
que fui encontrando
Quando me sentia cansado
procurava outros barcos
fazendo enormes desvios
na rota que tinha traçado
Passaram-se dias talvez semanas
finalmente vislumbrei a terra
e desci ansioso
Atraiu-me uma janela aberta
Lá dentro uma cama
um lençol um pé destapado
Beijei-o e ele escondeu-se
deslizando para dentro da roupa
No outro extremo
estava uma cabeça de mulher
de olhos cerrados
num sono tranquilo
Acariciei-lhe os longos cabelos
que pareciam seda
Cerrei também os olhos
e deixei-me ir ao acaso
daquele corpo sinuoso
Beijei-lhe os olhos com doçura
e procurei a boca
que se entreabriu como uma romã
Tudo muito suavemente
para não a acordar
O corpo estava nu
também de maquilhagens
e de preconceitos
Inebriado com aquele cheiro de fêmea
acariciei-lhe os seios
sobrevoando o corpo
para reencontrar os pés
que beijei com imensa ternura
Deslizei a face pelas suas pernas
e desenhei com os lábios
círculos elipses e espirais
ao longo de todo o corpo
De repente acordei
interrompendo o sonho mais belo
que jamais tivera
Fechei os olhos e esfreguei a cara
na esperança de o poder continuar
Porém só me restava daquela ilusão
o Oceano que nos une e nos separa
como se tratasse dum caprichoso traço de união
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