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Poesias-->EM STONEHENGE -- 25/12/2005 - 11:39 (ANTONIO MIRANDA) |
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EM STONEHENGE
Poema de Antonio Miranda
Para Iracema Marinho
“Toda gênese procede da terra. Toda gênese
Está manchada de impureza e horror”.
CONDE DE KEYSERLING
I
Quem ergueu estas pedras votivas
num espaço sobre-humano
e insano?
A que deuses invocava
a que forças aludia
a que fenômenos referenciava
e reverenciava?
Quanto pode o homem
em sua obstinada recriação
— tudo ou nada?
E a cultura
é sempre contra-natura
em sua vã fatuidade?
II
Quais os limites
da materialidade em que vagamos
errantes e solertes?
Pretensa eternidade
nestas pedras inertes...
III
Nas ruínas pré-históricas
(atribuídas aos druidas)
dois tempos simultâneos
contradizendo-se:
eu, perplexo, buscando
um nexo
entre a fragilidade humana
e a vã materialidade
daquele monumento.
Em que momento
voltaremos a ser terra
regressaremos à comum
mineralidade?
Chácara Irecê, 30/01/05
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