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Poesias-->Vida -- 21/12/2000 - 09:01 (André Prado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As colinas ficaram brancas com a neve

E na liberdade do azul infinito

Um pássaro põe-se a voar

Sua plumagem suave como a seda

Não se compara a pureza do algodão

Sua vida que não cede às tristezas

Às guerras dizem não!



Em instantes... Suas asas explodem em cores

Confundem ao azul infinito

O que será?

Um falcão? Uma águia?

Não importa... Tudo é vida!

Vida sem algemas... Vida em liberdade!

Impossível para mim...

Ser limitado e encarcerado



De súbito!

Tal pássaro jorrando liberdade

Mergulha sem parar

E quando penso que ele vai suicidar-se

Ele sobe...

Leve como uma flor

Sempre a desabrochar

E eu... Ser limitado e encarcerado

Fico somente a olhar

Tal pássaro a voar



Vida cruel e insensata!

Por que não me fizeste pássaro?

Que com minhas asas a manobrar

O mundo inteiro iria conquistar!

Entretanto...

Quiseste-me fazer gente

Para talvez um dia...

Alguns planejem me matar

Assim como o Filho de Deus

Que se atreveram a crucificar

Homens! Néscios e tolos é o que vós sois!

Andais por caminhos tortuosos e sombrios!

Vidas inúteis!

Labirintos sem saídas!

Eu, porém...

Fico somente a olhar

Tal pássaro a voar



Antes fosse tal pássaro...

Para o céu percorrer de norte a sul

Quem sabe de leste a oeste

Mas agora nada importa...

Sou criatura como as outras

Tornei-me vida amargurada



Oh vida!

Por que não me fizeste um pássaro?

Por que me fizeste rodeado de homens?

Podia estar eu a voar

Na liberdade imensurável do azul infinito

E não mais...

Uma engrenagem aguardando a morte chegar



Vida cruel e insensata!

Tudo o que sabes é machucar!

Com seus muitos homens a matar!

Homens estes...

Que destroem todos os sonhos

Homens estes...

Que destroem os próprios homens!



Vida tola e insignificante!

Fizeste-me pecador!

Fizeste-me um ser de dor!

E o pior de tudo...

Fizeste-me mais um homem...

Que com suas ogivas a planar

Fizeram Hiroxima flutuar

Que com suas armas a matar

Fizeram do amar o odiar



A vida para mim...

Já não passa de dois extremos

Onde o infinito inexiste

Inexiste para os homens

Que não ultrapassam seus limites

Exceto Deus...

Ninguém percorre o universo em um só instante

Sendo que para o restante

O infinito tornou-se algo puramente imaginário

Algo calculista e irreparável

E para muitos alienados...

Algo cruel ou indiferente



Oh vida!

Por que me fizeste homem?

Por que não me fizeste pássaro?

Que na imensidão das nuvens a voar

Em liberdade, as asas eu iria manobrar!

Mundo cruel e insensato!

E se deste enorme rochedo eu saltar?

Algo mais irá me ensinar?



E neste momento solene...

De todos me despeço em paz...

E num só sonho a mergulhar

Torno-me qual pássaro a voar

E em enorme desespero

Uma águia põe-se a piar

E de maneira majestosa

Põe-se a me acompanhar

E quando um rochedo eu encontrar

Minha vida irá parar

E na graciosidade de minhas asas

Quem sabe em um só instante

O mundo inteiro consiga amar







André Prado

www.webprado.cjb.net



Nota: Esta poesia integra o livro Alcatéia (www.writers.com.br), constituindo-se em um protesto contra a violência.

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