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Poesias-->Viagem Interior -- 21/12/2000 - 22:30 (J. C. Menezes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos












Viagem interior







A casa estava desarrumada.

(A vida estava desarrumada).



Os sonhos misturaram-se todos.

(Já posso usar qualquer um,

quando eu quiser, na hora que eu quiser).



As fantasias desordenaram-se

No líquido que se espalhou da garrafa quebrada.

(Não importa.

Não preciso mais de nenhuma ordem, agora.

Para nada).



A caixa de surpresas caiu e abriu-se de uma vez por todas.

(Que bom. Tudo agora é novidade e deslumbramento.

Só que sem espantos).



Agora não mais é preciso sofrer

por não ter escolhido abrir a porta do carro e sair.

(Por ter ficado).

Teria sido melhor haver saído ?.

(Ter fugido ?).



Não estamos todos ?

Outras portas estão abertas e continuarão abertas.

Passaremos por elas e atravessaremos todas as pontes

quantas vezes quisermos e ninguém nos verá.

Mesmo que nos olhem nos olhos ninguém nos verá.

Nossa dimensão é outra.

(Alguns pessoas diferentes poderão nos ver.

Mas entenderão, e passarão, silenciosas e felizes por nós).





O medo ?

Ora, esse medo não é mais preciso.

(Hoje, há um outro medo. Essencial)

Um medo feroz domesticado.

Ainda medo, mas outro medo, agora, no novo espaçotempo.

Um medo de retrocesso, mas também de avanços.

Medo de não sofrer mais, por não mais sentir nada.

(Mas também medo de vir a não sentir nada).

Medo pelas lembranças das possibilidades que quase se perderam.

(Mas também medo de que não haja mais acasos,

de que não se cumpram as promessas

e de que surjam outros vícios).



A tensão que harmoniza o equilíbrio.



Não importa o café esfriar na xícara que espera.

Nem a audição solitária do eco triste de um piano comercial.

Ou a mensagem não chegar. Ou o telefone permanecer mudo.

Porque o que antes parecia impossível, agora é apenas inimaginável.



O futuro ainda está no mesmo lugar, mas se mostra.

Altivo e independente (sem prometer mas sem descumprir).

O passado está chegando devagarinho que é para não assustar o presente.

Parece que todos conviverão bem.



Assim,

Que importam os aparentes obstáculos ?

Se as mão se tocam na imaginação.

Se as carícias se trocam nas fantasias.

Se as almas, irmãs e sensuais, brincam juntas.

Felizes. Incestuosas.

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