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Poesias-->MEU JEITÃO -- 13/01/2006 - 10:37 (ALFREDO ROSSETTI) |
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Não quero ser lírico. Nem poeta louco.
Nem ter a desafiante bandeira do moderno.
Ou contemporâneo de qualquer coisa
que seja definitiva e que jogue no lixo
minhas precárias genialidades
ou minhas amarguras de amor.
Nem um daqueles que brincam de morrer
antes que a vida canse de seus versos.
E muito menos, os outros, que nasceram antes.
Prematuros na forma, envelhecem em trincheiras.
Talvez, quem sabe, aceite, por mero acaso,
com um olhar de soslaio,
um terceiro escalão no nenhumismo.
Quero minha poesia com letras miúdas,
cheia de palavras em desuso,
decifrada apenas pelo farmacêutico da esquina,
de guarda-pó branco, mão no bolso, respeito posto,
pensamentos ao longe, em vacas leiteiras.
Quero minha poesia aviada.
Um canto convalescente.
Prefiro assim, horas certas, prescritas e,
em gotas.
2006
www.alfredorossetti.com.br |
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