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Poesias-->POEMA DE AMOR -- 21/01/2006 - 13:10 (ALFREDO ROSSETTI) |
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Quando nuvens se retratam,
quando na água esverdeada da piscina vê-se um azul de olhos,
quando as esquinas não são ansiadas,
quando a palavra deixa o papel e se solta na desenvoltura do grito,
quando a cálida tarde nos traz a lembrança de que somos naturais,
quando a forma geométrica sai de seu dogma e se dilacera em sorriso,
quando um pássaro cala seu canto e com olhos atentos escuta a floresta,
quando a passagem da festa deixa rastros de amanhã,
quando a simplicidade do humor deixa a ironia,
quando a sobriedade do guarda-chuva permite que os pingos adentrem nossa alma,
quando atravessamos a rua sem a desventura de que perdemos espaços,
quando fechamos o livro para ouvirmos o silêncio,
quando olhamos a flor sem o indefinível desejo de colhê-la,
quando notamos que respiramos um ar vital sem o qual não haverá noite,
quando dizemos que tudo que nos rodeia tem a forma primaveril,
quando sentimos que o frio acalenta, pois nos traz um auto-abraço,
quando as possibilidades cessarem sua existência e o curso do rio nos orientar,
será o quando que apaziguamos o momento e somos apenas nada,
será quando verdadeiramente estamos amando.
O ser que nos é supremo nesta hora,
ou mesmo um pedaço de queijo com goiabada.
2006
www.alfredorossetti.com.br |
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