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Poesias-->O POEMA DA NOITE -- 24/01/2006 - 22:19 (ALFREDO ROSSETTI) |
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Frívolo cantador de suores distantes,
desvendo o que refuga num poema arrepanhado.
Ante a flor de pétalas dissonantes,
se cismo, retiro do pulsar um abismo
de estupor da angústia ávida pelo fado.
Um salto em torno da vaga
por mais alto a paliçada da trajetória aflita,
cumpro e excluo da madrugada
o calor de que não sei se desdita
e encaro na natureza da dor do nada
que dentro de mim se agita.
É quando um verso que não morre alteia o que está imerso,
e na cisão da falsa teia, salta e à pena ensina:
tudo isso que escorre é o viver da noite finita,
que me abrange como um lago que socorre
e o se enfeixar com o alvorecer, se jardina.
E como espectro de mera fita,
declina.
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