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Poesias-->O QUERER -- 18/02/2006 - 01:06 (ALFREDO ROSSETTI) |
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Pontua em mim o abrolhar de um novo querer.
Não sei qual.
Não sei como.
Nem sei sua cara, se barba,
se tem o fulgente semblante da serenidade,
se cara tem.
Aparece como em pentagramas.
Pontos negros, espalhados pela fervura que anima.;
vêm de algum fundo,
e esparge como o que flutua.
Cogumela por entre nossos corpos.
Traz o que se produz
em campos infinitos e desconhecidos,
de onde nada sabemos,
a não ser que enraízam
por um tempo de sofreguidão.
por mais êxtase portem.
Embriaga-nos com seu sorriso.
Seduz-nos seu olhar.
Mas, pior,
obriga-nos a um sofrimento do cumprido.
Se houver o não,
haverá a destecedura do provável.
Inexiste o ponto de partida, e o findar em esteios.
O querer é o flamívolo
que deita em nossas delicadezas.
O querer nos move à vida.
Seja lá como a vida se desdobrará.
O querer não toma conta. Torna-se.
Assume-a em lugar de nós.
Não como posse da terra, mas como a terra.
O querer não resplandece, ele é sempre.
2006
www.alfredorossetti.com.br
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