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Poesias-->médico 21 -- 19/02/2006 - 01:15 (maria da graça ferraz) |
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Porque ninguém sabia!
Ali, ninguém sabia
o quê se fazia
e porquê se fazia
E o mais impressionante
é que mesmo sem saber, fazía-se
Porque ali ninguém sabia
onde se estava
e para onde se ia
Atravessáva-se uma ponte
Uma ponte que também
não sabia que era ponte,
e por não saber, possuía outro nome
Qual o outro nome que teria
a ponte que não era ponte?
Ninguém sabia. Ninguém sabia.
E, ainda assim, ría-se, mexía-se,
como se alguém, fora dali,
um "quem" , em algum onde,
sacudisse o guando, sem ter
nada melhor para fazer
Mas fazer o quê? Para quê?
Deu no jornal? Passou na TV?
Não. Ninguém sabia.
E a vida ia
Dava onde a vida?
Ninguém respondia.
E todos, ali,
achávam-se sábios
e o mais sábio, entre eles,
era o que melhor convencia
aos outros do quanto ainda não sabia
E passavam-se dias
Inventavam teorias absurdas
Técnicas cirúrgicas
Leis injustas
Coisas e coisas que nasciam
para serem substituídas
por outras coisas e coisas
passageiras, sem grande valia
Não! Ninguém sabia!
Era a luta infinda e divertida
pelo alívio...pela cura
Ninguém sabia!
As vezes, um humilde
gritava DEUS NOS AJUDE
Mas Deus ali esquecido,
saber, Ele sabia,
debatía-se amordaçado
E quem o escuta?
Quem o escuta? QUEM?
Ninguém sabia...Ninguém sabia...
E os tempos escorriam
sem mudanças significativas
nas coisas apáticas que dormiam
Doutor, me salva!
Salvar? Mas quem salva o doutor?
Ninguém sabia
Amor? .....Amor????
Ninguém...ninguém sabia
Só sabiam a hora ínfima-
a exata hora, imperturbável-
que o plantão terminaria
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