LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->frag-med-4 -- 19/02/2006 - 01:30 (maria da graça ferraz) |
|
|
| |
16
No hospital
o relógio preguiçoso,
febril, enfermo,
mexe vagaroso
as suas pernas
E a vida resumía-se
à rotina triste
do conta-gotas
17
As distâncias dentro
dos hospitais pareciam grandes
embora raramente fossem
Mas é que ali
exístiamos de forma diluída
E à medida que andávamos,
escorríamos
Os passos iniciávam-se
dentro de nós mesmos
e nós os seguíamos
com os olhos, às vezes com os sapatos
18
A acidez das bocas
O suplício da vida
imobilizada que aguardava a hora
E , às vezes,
um vôo de mosca
um gemido rouco
um copo quebrado
Era tudo que precisávamos
para nos avisar
de que tudo ainda vivia
e precisava lutar
19
Vós me entendeis?
Tive que criar
a fantasia...a fábula
Tive que camuflar
verdades insuportáveis
E onde ia,
o fingido alegre toque-
minhas mãos
vestidas com fantoches
|
|