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Poesias-->recorte 2 -- 19/02/2006 - 01:39 (maria da graça ferraz) |
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1
Eu sou como o vento
sem destino, errante,
que preenche as mãos
vazias dos homens
Eu sou aquilo que se anuncia
imperceptível
Sou aquela que na multidão
veste chapéuzinho de sino
2
Uma mesa posta
para dois
Um assento vazio
Alguém chega depois!
Um cálice
Duas garrafas de vinho
E o reflexo
no cálice de cristal
Uma paisagem
dentro de outra paisagem
Olhos dentro de olhos
Mãos nas mãos
E ela tão só
na multidão dela mesma
Onde sentar
tanta gente à mesa?
3
Nada posso te ensinar,
criança
O que aprendi é ilha,
é muro, é arma, é grade
O que aprendi
não me dá orgulho
e nem alívio
O que aprendi
é que não deveria
ter aprendido nada
Eu queria renascer
um tipo de gênio malvado,
desses que realmente
sabem tudo!
4
Estar em casa
Começar a escrever
É como dirigir o facho
de uma lanterna
no escuro
e achar uma boca aberta
A coisa parece morta
mas , de repente,
respira e fala
E você anota!
5
Ali, onde uma criança
foi violentada
e outra morreu de frio
Ali, onde as sementes
se estragam pelo caminho
e o chão é duro e seco
Pois saibas,
Tenhos pés com joanete,
chatos, plainas, cansados,
mas meus sapatos
ainda dormem às janelas
O que eles esperam?
Pés claros ou uma flanela?
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