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Poesias-->frag-med-14 -- 19/02/2006 - 01:55 (maria da graça ferraz) |
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70
Porque ainda haveria
a varanda branca,
batida de sol,
onde o vento atava
as coisas distantes
com suave murmúrio
Haveria ainda
o amor, a cura
e pensamentos simples
como este :
" Por que não se escrevem
mais cartas
como antigamente?"
E a lembrança
da falta , faria companhia
às coisas brancas
71
Tudo seguirá sendo
exatamente como hoje
e como foi ontem
neste hospital
Até que a hora íntima
exata permita
que a onda nos leve,
cada um, suavemente,
para onde não há
nem céu , nem terra,
apenas mar
Porém, os que aqui permanecerem
seguirão sendo
exatamente como amanhã
e como hoje
neste hospital
72
Fecha meus olhos
para que eu não me
veja chorar
É tudo que te peço
Conta-me então
uma mentira
Traga-me uma dúvida
Dá-me coisas, enfim,
que eu não tenha
que acreditar
73
A criança enferma
pálida , olhos fundos,
mostrava o barco
de papel
E no leito de rio seco
deste hospital,
havia agora um barco,
um horizonte,
cheiros do mar distante,
algo à espera de frente
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