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Poesias-->3 recortes -- 19/02/2006 - 02:04 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ando tão desconfiada

que me mantenho

entreaberta

Escrevo este poema

com um só olho

e duas mãos ao mesmo tempo

Como quem rema

numa tempestade



*******

Ele sempre levava

pedrinhas coloridas nos bolsos

e dizia que com elas,

quem sabe um dia,

construíria sua casa

Eu o chamava "garoto"

e ele me atendia

com um sorriso no rosto

Porque todos os sonhos,

ao amanhecer,

carecem de nome,

parecem tão iguais!

***

Ali, onde eu ia,

sozinha,

procurava um olho,

um só olho,

em que pudesse despir

minha última imagem

para prosseguir,

só, sozinha, sem ela

As imagens, às vezes,

pesam!



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