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Poesias-->Alguns Clássicos -- 26/12/2000 - 16:26 (Lucas Tenório) |
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Encomendaram-me um grande poema
e me disseram:
Só assim você provará
ser um grande poeta!
Ah!... Mas é tudo o que eu queria...
Ser um grande poeta!
Matar não, isso não faria.
Roubaria até uma poesia dessas desatentas
de um grande autor.
Assim na certa, figurando meu nome
no rodapé dessa obra prima,
com louvor seria lembrado:
- Mas olhem que grande escritor!
- Ele foi mesmo um notável poeta!
Como roubar está fora de cogitação,
pelo menos para mim...
Farei então assim: “No meu país,
os passarinhos é que fazem os seus ninhos...
Os pequeninos e bonitinhos
são os que grasnam mais alto
e as grandes e pavorosas aves,
as que voam mais baixinho...”
Um mal começo? E ainda ao contrário?
Mais uma vez: “Os ladrões das galinhas
continuam soltos em seus chiqueiros!
Bem presos estão os malditos e verdadeiros
salafrários!...”
Como eu queria um grande poema.
Desses que nós cansamos de ler
duas, três, quatro vezes,
devagar e com calma
e ainda ao fim da leitura exclamamos!
- Minha Nossa Senhora!
Como tudo é tão belo e profundo!...
(perdi até a hora do almoço...)
Mas com todo o alvoroço de hoje em dia
só mesmo uma boa poesia
para me abrir o apetite!
... e alimentar a minha alma...
Fulano isso disse... Sicrano
assim falou... Beltrano com graça
escreveu...
Santo Deus! Até leio, leio e leio
os grandes versos da nossa antologia.
Não falarei de um só
para não esquecer os outros.
Mas sabem o que de alguns deles queria,
de verdade?
A sua minerva mágica!
A que fez com que tudo que dissessem,
por mais vazia parecesse alguma,
fossem as coisas supremas da arte!
Ah... os grandes ditos da nossa literatura!
- Como eu queria um deles...
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