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Poesias-->Primeiro Fórum Social Mundial -- 14/03/2006 - 15:54 (Félix Maier) |
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PRIMEIRO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
Agora, com a invasão da ARACRUZ pelas
mulheres do MST, verifico que tudo o que houve naquele fórum e nos seguintes, nada mais é do que uma estratégia, em nível mundial, de se
revitalizar o MCI.
Marco Pollo Giordaqni
***
PRIMEIRO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
(Payada)
MARCO POLLO GIORDANI
(Do livro Terra de Heróis, De Rumo Feito e Outros Poemas).
Porto Alegre, RS, janeiro de 2001.
“UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL”
Apregoam os parasitas,
De trotkistas a guevaristas
Que o socialismo abençoa.;
Com esta sentença à toa
Que já não encontra estrada,
Teimam seguir a jornada
Do que há muito teve fim,
Quando o Muro de Berlim
Veio abaixo a marretadas!
A escolha de Porto Alegre
Como sede inaugural
Não foi porque a Capital
Do Rio Grande é hospitaleira.;
Mas foi porque a bagaceira
Se instalou na patronagem,
E assim juntou a rafuagem
Pra um Fórum Social Mundial!
O gaúcho - por estirpe,
Não aceita imposição.;
Do mais crente ao mais pagão,
Só se dobra à liberdade!
Então, pra bem da verdade,
É preciso esclarecer:
Se o PT chegou ao Poder
Da Capital e do Estado,
Não foi por ter conquistado
A gaúcha afinidade!
Mas foi porque é do costume,
Do berço da nossa gente,
Sempre na linha de frente
Da Pátria-mãe brasileira,
Jamais morrer na trincheira
De um só partido ou legenda.;
Foi por gosto da contenda,
Por amor à oposição,
Que, por chance, deu-se ao peão
O comando da fazenda!
E nessa reviravolta
Nessa troca de chefia,
Imiscuiu-se a ideologia
Do contra e do retrocesso.;
Dos que se opõem ao progresso,
Por preguiça ou incompetência.;
Dos que – se unindo à indigência,
Invejam os que têm sucesso!
Então, instalado o Fórum,
Fui chegando de mansinho,
Pra ver de perto o focinho
Dos ditos reformadores.;
E já pelos bastidores
Da turba que se amontoava,
Minha repulsa vazava
Diante de tantos horrores.
No acampamento montado
Cá na Estância da Harmonia,
Juro aos céus que não havia
Sequer um cristão decente.;
Vi de tudo - menos gente -,
Porque gente não é lixo.;
Punks, hippies e outros bichos
Dos mais estranhos matizes,
A vaguear que nem perdizes,
Todos de mal com o capricho!
SE OUTRO MUNDO É POSSÍVEL
Nas mãos de desajustados,
Então já vem demarcado
De brutal indisciplina.;
E um mundo assim não anima
Àqueles que têm vergonha.;
É certo: quem vive sonha,
E os sonhos pedem mudança,
Mas não prospera esperança
Na fumaça da maconha!
D’outra parte, os que chegaram
Com manhas de palestrantes,
Não pareciam distantes
Das mencionadas megeras.;
Na verdade, as mesmas feras
Travestidas de cordeiros,
Brandindo os mesmos luzeiros
Ou boinas à Che Guevara,
Com a barba cobrindo a cara,
Postal-mor dos embusteiros!
Mas esta parte da corja
- Comunas de carteirinha -
Não foram assentar a espinha
Nas barracas dos “iguais”.;
Preferiram o “algo mais”
Da hotelaria elitista.;
Prova de que o socialista
Do mais direito ao mais torto
Tem é sede de conforto
Do mundo capitalista!
Em contraponto ao de Davos
- O Conclave da Riqueza -,
Este é o Fórum da pobreza,
Dos que se dizem oprimidos.;
Mas na verdade, ungidos,
De rancores proletários,
Que no hediondo itinerário
De bárbaras iniqüidades
Pretendem uma sociedade
Isenta de proprietários!
São anti-Globalizantes,
Mas buscam a união socialista.;
Se dizem antifascistas,
Mas o que querem é o Poder.;
E nessa razão de ser
Que atenta contra a razão,
Promovem a Revolução
Pelos “Direitos Humanos”,
Mas não acolhem os cubanos
Que fogem do Paredón!
Esquecem os milhões de mortos
Das prisões Stalinistas,
E a insanidade marxista
Na Grande Marcha chinesa.;
As incontáveis torpezas
De um Pol Pot cambojano.;
Endeusam qualquer tirano
Que tenha a esquerda de escola.;
Demonizam a Coca-Cola
Só porque é do americano!
Pregam a paz, a união dos povos,
Mas vivem fazendo a guerra,
Tingindo de sangue a Terra
Em nome da ideologia.;
Por trás dessa hipocrisia,
A voz que embala e que inflama,
A mão que afaga e que irmana
Os mais cegos militantes,
É a mesma dos traficantes
Da guerrilha colombiana!
QUE OUTRO MUNDO É POSSÍVEL
Senão o das diferenças?
Aquele que tem a crença
Da utopia da igualdade,
Não conhece a humanidade
Nem a si próprio conhece.;
Não há doutrina nem prece
Que faça de um, outro igual,
Manda a Lei Universal:
Quem não progride, padece!
Desde que o mundo é mundo
Há ricos e miseráveis.;
Equilibrados e instáveis,
Pecadores e virtuosos.;
Nesses contrastes tortuosos
Reside a essência do humano.;
Se existe um Ser Soberano,
Autor de um mundo bizarro,
Tornar igual esse barro
Transparece crasso engano!
Prosseguiu-se, então, no Fórum,
Conferências, Seminários,
Com discursos incendiários
Contra burguês e banqueiro.;
Além disso – um baderneiro
De fama internacional,
Tornou-se o foco central
Ao destruir com as mãos,
Centenas de pés com grãos
De soja experimental!
De resto, nada restou,
A não ser – pura baderna.;
E a promessa, sempre eterna,
De OUTRO MUNDO POSSÍVEL!
A mim não parece crível
Que essa aventura sectária,
Vil, criminosa e ordinária,
Encontre na atualidade,
O apoio da sociedade
À involução reacionária!
Porque o mundo que hoje temos
É um mundo mais depurado.;
Já purgou todo pecado
Nas mãos de totalitários.;
Já passou pelo calvário
De vergonhosas matanças.;
Depois de rudes andanças,
O homem - globalizado,
Democrata e libertado,
Não quer o MAL como herança!
Do que me toca eu garanto
Como sempre garanti,
Pois venho desde guri
Guarnecido e municiado.;
Já fui até diplomado
Combatendo essa cambada.;
Se intentarem outra pegada
Contra o Chão Verde-amarelo,
Não será foice, ou martelo,
Que há de quebrar minha espada!
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