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Poesias-->O meu país -- 25/04/2006 - 15:54 (Félix Maier) |
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O MEU PAÍS
Autoria: João de Almeida Neto
Um país que crianças elimina.;
E não ouve o clamor dos esquecidos.;
Onde nunca os humildes são ouvidos.;
E uma elite sem Deus é que domina.;
Que permite um estupro em cada esquina.;
E a certeza da dúvida infeliz.;
Onde quem tem razão passa a servis.;
E maltratam o negro e a mulher.;
Pode ser o país de quem quiser.;
Mas não é, com certeza, O MEU PAÍS.
Um país onde as leis são descartáveis.;
Por ausência de códigos corretos.;
Com noventa milhões de analfabetos.;
E multidão maior de miseráveis.;
Um país onde os homens confiáveis não têm voz,
Não têm vez,
Nem diretriz.;
Mas corruptos têm voz,
Têm vez,
Têm bis,
E o respaldo de um estímulo incomum.;
Pode ser o país de qualquer um.;
Mas não é, com certeza, O MEU PAÍS.
Um país que os seus índios discrimina.;
E a Ciência e a Arte não respeita.;
Um país que ainda morre de maleita, por atraso geral da Medicina.;
Um país onde a Escola não ensina.;
E o Hospital não dispõe de Raios X.;
Onde o povo da fila só é feliz.;
Quando tem água de chuva e luz de sol.;
Pode ser o país do futebol.;
Mas não é, com certeza, O MEU PAÍS!
Um país que é doente.;
Não se cura.;
Quer ficar sempre no terceiro mundo.;
Que do poço fatal chegou ao fundo.;
Sem saber emergir da noite escura.;
Um país que perdeu a compostura.;
Atendendo a políticos sutis.;
Que dividem o Brasil em mil brasis.;
Para melhor assaltar, de ponta a ponta.;
Pode ser um país de faz de conta.;
Mas não é, com certeza, O MEU PAÍS!
Um país que perdeu a identidade.;
Sepultou o idioma Português.;
Aprendeu a falar pornô e Inglês.;
Aderindo à global vulgaridade.;
Um país que não tem capacidade.;
De saber o que pensa e o que diz.;
E não sabe curar a cicatriz.;
Desse povo tão bom que vive mal.;
Pode ser o país do carnaval.;
MAS NÃO É, COM CERTEZA, O MEU PAÍS!
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