LEGENDAS
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Poesias-->GRITO -- 23/05/2006 - 12:02 (Orlando Batista dos Santos)
Ao sondar minha Dor, qual se chorara, Pedi: — “Cristãos, vede meu mal traiçoeiro!” Mas os homens sem fé, no mundo inteiro, Ver não quiseram minha sorte amara. Cheio de nojo, procurei uma ara. E implorei: — “homens d’honra, a mim, primeiro!” E, de tanto fingido cavaleiro, Nenhum, para me ouvir, volveu a cara. — “Filantropos, — chamei — predicadores, Moralistas, filósofos, doutores, Consolai o meu íntimo desgosto!” Não se ouviu meu gemido suplicante... Gritei: — “Canalhas!” e, no mesmo instante, Todo mundo me olhou, voltando o rosto! ======================== HUMBERTO DE CAMPOS (1886-1934) de "Poesias Completas" Cantos de amor, de contemplação da humanidade e da natureza, com destaque para a vida amozônica. Também fala da dor e transforma sua própria dor em poesia, de forma digamos, "resignada", exceto em "Grito", que destoa um pouco do conjunto dos seus poemas. "Grito" continua muito atual, convenhamos.