Divina candura,
Discreta nobreza,
De branca brandura
Da cor da pureza.
Não pertence a este plano,
Deve estar de passagem.
Se desceu por engano,
Não há mais decolagem!
Arquiteta dos sonhos,
Diplomata da paz,
Com mil anjos risonhos,
Guardiães do que faz.
Sabor sauvignon,
Em lábios delicados,
Oui, oui, C’est Si Bon,
Papos bem temperados.
Dança, encanta na pista!
Trabalha, costura o mundo.
Pinta, solta a artista,
Cada segundo é fecundo!
Mas em descanso, se fecha
Num castelo ou no Lago.
Nenhum momento enseja
Pra ser alvo de afago.
Por que se põe tão distante,
Entre tomos e trincheiras,
Se querem-na cintilante,
Muito perto, sem barreiras?
Feliz quem puder talhar
A pedra de seu coração,
Pois triste é se enxergar
Na mira das safiras em vão.
Não precisa de conselho,
Mas proponho com carinho:
Entre ir às Ilhas Gregas
E mimar bichanas negras,
Venha beber um bom vinho...
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