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Poesias-->poema da luz -- 02/05/2006 - 09:02 (gisele leite) |
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Meus olhos registram a luz
fotografam expressões, animais, ventos
No canto esquerdo de uma aresta perdida
Há uma pequena planta, a aguardar primaveras
Meus ouvidos, um bom e outro péssimo
Registram ruídos, músicos, acordes dissonantes,
Notas musicais perdidas
entre o vento e a sombra das árvores
O tilintar dos copos,
As palavras doces, sussurrantes, ásperas, dolorosas
E, a última palavra
Um adeus.
Como se despedir de algo,
sem parecer piegas?
Patética. Grotesca.
Minha boca desenhada em meu rosto
Modulam palavras, arquitetam gestos,
Bichochos, sons intraduzíveis
Da alma seca de lágrimas
Desaprendi a chorar
Antes, o choro era tão natural como respirar
Hoje não há tempo.
Todas as gotas sutis
que conheço são orvalhos
E as lágrimas humanas
Inexplicáveis
Parecem inverossímeis sobre a face
Esculpidas pela sofreguidão.
Meu olho lança um flash
E capta sua imagem
E a arquiva num deserto
De lembranças
Que já não me fazem chorar
Mas apenas desejar
esquecer
esquecer para recordar
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