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Poesias-->Deserto -- 14/07/2006 - 13:20 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Deserto
Encosta-se a aridez nas entrelinhas da existência
e entre prédios e barulhos, confirmo a vida
ressecada de afeto.
Procurar uma centelha, algo que brilhe no escuro.
Na clareza do dia, um fogo amigo que amenize a poeira seca.
As vidas que esbarram nos limites do corpo,
mentindo coerência e acertando no peito,
tentando resgatar o hálito e a voz,
pendem do arame da cidade onde acelero os passos.
Ninguém conheço.
Ninguém responde.
Ninguém presente neste enorme circo, cheio de gente de caras históricas .
Deslizando em pânico pelas calçadas cinzentas
não abraço ninguém no deserto cível
e não pretendo cometas no céu gritante.
Encosta-se o brilho nos degraus pisados como se o sol reinasse,
Como se fosse possível juntar pessoas com corações ferventes
Cheias de vida.
O cortante fio dos prédios gigantes e as ruas largas,
se não mais machucasse,
se fizesse frio, ou calor, ou primavera.;
Se este pânico deslizante e cheio de gente
como pássaros alvoroçados que perderam o rumo-
Se este pânico se convertesse em arco – íris e brilhasse,e mostrasse,
e fizesse de suas cores a sintonia à minha alma triste-
seria a possibilidade de resgatar tua presença,
e eu, inteira : sobreviver. A esta cidade, de ti deserta.
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