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Poesias-->Sem nenhum escrúpulo -- 11/08/2006 - 07:54 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sem nenhum escrúpulo



Na dor que resides

(sem escrúpulos)

como se eu fosse

um monte de mulheres,

escolhes.



Por dia, por noite,

apertas o nó de tua rede

e me atiras num mar.



Aceito.

Concedo ser muitas

para ficar viva.



Escondo minha alma

e no meio de todas,

fantástica e tática

fico aturdida.



Reclamas, desdenhas.



A escolha é pequena

e também infinita.



(Não quero o geral.;

e o visível,

mataria!)



Desdenho, reclamo:

mantenho-me viva.

Espero e prefiro

bailar escondida.



Mas sei que palpito:

roubei teu perfume

enquanto dormias.



Fiz trato em silêncio.



Amei por um dia.



De noite com lua

aprendi bruxarias:

enfeiticei tua dor,

como tu, a minha.

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