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Poesias-->03 de Agosto de 2005 -- 31/08/2006 - 00:45 (Poeta Maldito) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não me diga que vem

Não me cerre a cantiga em meu peito



A donzela acorda num suspiro:

Quem me acorda na turva noite

Melancólica fracassando meu peito

Do esquecimento?



Um bardo... um bardo que cerra

Sua canção no peito e caía esgotado

De uma jornada sob sua janela aberta,

Pretendendo suas últimas palavras.



Mas bardo imoral! Por que não caíste morto?

Por que seus passos tortos me estalaram

Do sono e sua voz maldita, me enrubesceu a face

E me despejou da inércia com o ódio?



Eu só tenho que lamentar que minha sorte descaminha

Com meu destino. Que de natureza desgarrado

Sempre cantei a um amor almejado, e quando hoje

Caio desejando a morte nesse fio, me toma Eros em seu braço

E se torna paralisada essa faca ante meu pescoço.



O bardo lança o olhar sobre a vida

Que sonhara, que perdera sozinho diante o caos

Das paixões e dos vícios onde heróis

São vencidos com o fatal golpe da fadiga.



Por que bardo, teu tormento em meu peito me fascina?

É a lira de um amor de tanta glória entristecida?

Ou a mísera batida do teu fraco coração

Por que bardo, a aflição tua me castiga?



Golpes e mais golpes, e assim segue com sangue

As linhas que marcaram uma história esquecida.

A donzela a preparar-se sempre bela, ergue ferida

Os mesmos braços que acolheram em outro tempo

Um bardo abatido pela dura poesia, que um dia ele escrevera.



Ó donzela, tu que tens de todas dores a beleza

De um baixo olhar entre as flores, uma lágrima

A correr o rio turvo onde amores jazem frios

No túmulo sombrio dos corações de todos os poetas.



Dei-me a água cristalina que da tua boca

Brota límpida. Dá-me o colo confortante para que um dia

Possa eu reclinar a face fria da derrota.

Ó donzela, por qual beijo não sentido tu choras?



Bravo! Tu és bardo, um infeliz viajor

Das fronteiras árduas do amor, tu se contradiz.

Temo sim que o esquecimento leva-me ao alvor

Junto ao vento, e não mais retorna-me noite feliz.

Mas não digas que meu peito é vazio qual a dor

Dos doentes envelhecidos pela fome da cobiça.

É sereno como a brisa mansa dos rosais floridos

E tão forte quanto o grito de uma vítima do terror.









Grandemente ampliada (em todos os sentidos) por Núbia Oliveira

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