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Poesias-->O AMARGO DE MEUS OLHOS -- 03/09/2006 - 01:06 (Délcio Vieira Salomon) |
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O AMARGO DE MEUS OLHOS
Délcio Vieira Salomon
No amargo de meus olhos
sinto o cheiro do sol
e o branco som do luar.
Vejo a prece do amanhecer
a empurrar o dia
pr’os braços do entardecer
e juntos se precipitar
no leito da noite
à espera da volta que vem
com doces melodias
colorir o amargor
de minhas retinas
fatigadas como as de Drummond.
Mas, ao receber o brilho.
de teu sorriso
o amargo de meus olhos
se desfaz em esteira verde
de imenso paraíso
Ao calor de tua presença
cintila a vibração
a percorrer todo meu corpo
e ouço no concerto
de minha amarga visão
a cor de tua voz
Luz e som
se misturam
quando riscam
o espaço
teus passos
e teus braços
correm
ao encontro dos meus
a suavizar
o amargo
de meu olhar.
A gelatina do dia
se desmancha
quando abres os lábios
para os meus
em beijos devorar
Cumpres o destino
da metáfora
no conflito
da esperança e do medo
de ver e não ver
de ir e não vir
para preencher
com tua presença
o vazio da ausência
que o amargo de meus olhos
me faz sentir.
Debato com a superação
do desejo
prisioneiro e torturado
no peito trancado
sem poder extravasar
tanto amor escravo
a bradar pela lei de alforria
para todo o sempre o libertar.
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