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Poesias-->NA ESTAÇÃO DA LUZ -- 03/09/2006 - 01:11 (Délcio Vieira Salomon) |
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NA ESTAÇÃO DA LUZ
Délcio Vieira Salomon
Como lâmina
O vento corta fundo
esta estação
de luz chamada.
Parece surgido
lá do fim do mundo
em plena primavera
a congelar o tempo
e retirar de suas entranhas
o adormecido inverno.
Sem brilho
o vento fica
cinza como chumbo.
Chumbo de bala
a penetrar profundo
o descampado de meu corpo
aqui exposto
já em sua essência nu.
Nesta noite gelada
posto-me na soleira deserta
da estação
à espera de outra luz:
- aquela que eternamente
me seduz.
Em pé e solitário
- rígida sentinela -
sobre a fria plataforma
aguardo o clarão
da possante locomotiva
a anunciar a esperada
inesperadamente
ausente passageira
que jamais desembarca
nesta estação tão escura
pois de luz
só o nome tem.
Passa um trem
outro passa...mais outro
só não passa aquele
que em seu leito traz
a doçura de meu bem.
Todos deslizam soturnos
carregando multidões
a seu destino.
Somente eu
estático aguardo
balbuciando o nome
daquela que não vem.
Qual Prometeu
tiritando fico eu.
Ele na “rude penedia”
eu numa estação
cujo nome não lhe convém.
Ele devorado pelo abutre da vingança
Eu - oh! triste ironia –
pela pomba que de esperança
o nome tem.
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