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Poesias-->Amar -- 06/09/2006 - 00:38 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
talvez por tola me faça

nessa medida em que me paraliso



quedo-me apenas nas coisas outras

quieta e muda

distante



provavelmente estejas tonto

sem entender esse silêncio

essa aparente calma

- logo eu, sempre incisiva e pronta



confesso-te que as tempestades não cessam

serão sempre as mesmas tormentas

a rodear-me

serão sempre esses murmúrios quentes

atravessando as horas todas



durmo pouco

guardo os recados

releio letra por letra

lambuzo-me,alegro-me

por vezes umedeço os olhos

- resisto sempre



não há o que fazer

não há o que fazer



é como um cansaço

um tédio

quero que escrevas, ligues

mas em seguida me vem esse mormaço

e eu desisto



literalmente, desisto



por vezes me vêem as coisas todas

fogueiras, taças

noites em claro

tentativas de poemas



me vêem lembranças do pé pisado

os lumes na sala e o sofá

- ah, o sofá me encanta



exponho as fotos,ainda

enchem a sala, o quarto

e os perfumes são os mesmos

- rosas vermelhas, canela



raramente escrevo, agora



mas quando escrevo

tu me vens

ainda que seja na forma destes versos

entendiados

de mim

















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