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Poesias-->Quem sabe? -- 13/09/2006 - 01:21 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Moro na incerteza da tua presença,
Livre de ausências que não convoquei.
Moro também na virada, entre o instante
E o raio do sempre –
Nesses lugares procuro você.
Vou de uma esquina a uma quina
Dos nossos seres cansados.
Faço de conta que encontro : resgato.
Acho que sei que te tenho, no entanto,
Te perco bem antes de achar.
Me alucina tua ausência muda, sem
Qualquer som.
Me espanta – porque me acalanta-
Sentir que é importante tua falta
Tanto quanto a presença,
Quanto o tímido beijo da sorte
De te encontrar
Ou não te ver.
Num labirinto presente
Te quero ausente?
Numa fogueira de ausências,
Sempre ausências,
Quero você bem perto,
Bem físico,
Bem articulado à tangente
Da minha pele.
Bem tangível, bem certo-
Errando a mudez-
Tornando concreto o caminho
Entre eu e você.
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