O desejo envolvente adormece a minha fúria, insípida. O sabor cravado, derrama no meu ser, inunda o que não se vê. O toque suave desliza na tez. O arrepio eloqüente revela o inconspícuo. A flor que brota, já nasce morta, bela
aparentemente. O vento rasga suas pétalas, frágil e desditosa. Esvai-se aos poucos. Noutro mundo se encontram as diversas facetas para o misterioso, mas nunca desvelam-se por si só. São exímias a cada semblante. Internamente somente
o gosto do fel se dissipa em minha boca. A realidade híspida se prende no vazio escondido por entre o gozo desmedido. A dor que encrava em meu peito desliza por dentro e desvanece a cada engano. Os falsos sussurros tilintam em
meu pensamento e se fazem verdadeiros finitamente. O que não possuo, sacia a metade do que não sou. O que tenho não me pertence. O que sou ainda não se decifrou. O que sinto vive na inconstância da minha eterna volúpia.