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Poesias-->TEMPO SEM RELÓGIO -- 07/10/2006 - 01:48 (Délcio Vieira Salomon) |
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TEMPO SEM RELÓGIO
Délcio Vieira Salomon
Meu tempo não tem relógio.
Se contenta com mera ampulheta
a peneirar cristais de eternidade
Em dança macabra
os ponteiros rodam sem parar
e perdem a noção do espaço
Com louco abraço
agarram o ininterrupto fluir
sem pausa das estações
Complicada surge após o inverno
a florida primavera.
E sem outono brota o verão.
Hoje a noite é lua cheia.
Amanhã o céu é fechado
nem estrelas tem para brilhar.
Sensação estranha irrompe na madrugada.
Mais estranho surge novo dia sem sol
e com peregrinas nuvens a noite sem luar
Quero de mim lágrimas de sol
a contemplar o dengo da lua
em seu pálio soberano e casto
Quero noites sem manhãs
e manhãs sem entardecer
e ao meio dia simplesmente noites
Sem nunca amanhecer
quero a luz de teu corpo
pintado e prenhado ao meu
Sem retoque, nem maquiagem,
apenas com o sabor do mar
derramando na praia suor e sal.
Assim meu tempo sem relógio
sem ponteiro e numerais
mergulhará em oceanos incontrolados
À espera de outros tempos que virão
sem relógio e sem ponteiros
com promessas de nunca atrasar.
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