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Poesias-->A DAMA DA FOICE -- 11/10/2006 - 14:48 (Rudolph de Almeida) |
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Por que escrevo sobre a morte?
Ora, ela é minha noiva
Trocamos alianças no instante
Que o espermatozóide errante
Foi de encontro ao seu destino
Beijou o óvulo distraído.
Só não marcamos a data das núpcias
Que é quando me entregarei a ela definitivamente
Não temos planos para o futuro
Mas quero morar nos Campos Elíseos
Ela num ermo baixio donde brotam
Águas ferventes e o aroma pestilento do enxofre.
Ela não é vaidosa
Usa sempre a mesma roupa
Uma discreta túnica negra já puída
Ainda não vi seu rosto, mas sei que é linda
Pois conheço homens que
Desejariam ardentemente estar junto a ela agora.
Também há quem a odeie
Que eu saiba jamais fez a alguém
Algo que já não estivesse escrito
No livro secreto da sua própria fortuna
É para isso que os deuses a pagam
Levar de nosso mundo quem já cumpriu sua sina.
Sim, creio que nossa união será eterna
Jurou não me deixar jamais
Nem precisei prometer
Ela simplesmente sabe que eu também jamais a deixarei
Confia plenamente em mim
Nem parece mulher...
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