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Poesias-->Da Existência dos Objetos -- 12/10/2006 - 02:54 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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2. Da Existência dos Objetos
e suas Vidas
É tudo assim, muito simples:
há todo dia os objetos,
há meu olhar, a preguiça,
há muita gente que corre
e alguns até que alucinam...
Todas as coisas da vida
mesmo as que não ficam vivas
são como seres que acenam
cheios de tolas memórias.
E o tempo raspa nas coisas.
Com seus buracos abertos
como ventosas que sugam
chegam minutos e engolem
todos os meus pensamentos.
São os objetos que ficam!
Para que eu viva com elas
ficam as coisas e as culpas.
Rasgo papéis, flores secas,
nego o arquivo do tempo.
Nego-lhes –certa- a vida!
Mas os objetos caminham.
Voltam das festas e acenam,
trazem pessoas ocultas.
Como fantasmas que invadem
contam histórias e assustam.
Voltam com malas e roupas
-sempre pedindo uma ajuda-
como se fossem mendigos
muito carentes e aflitos.
Querem memória e abrigo!
Rendo-me então às lembranças.
Viajo distâncias absurdas
nos seus tapetes que voam:
são os objetos do mundo
testemunhando pessoas!
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