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Poesias-->MATÉRIA INORGÂNICA -- 01/11/2006 - 09:27 (Rudolph de Almeida) |
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MATÉRIA INORGÂNICA
Areia branca fina seca de sílica do deserto
Nada nasce, nada cresce, tudo desbota
Vive só a viúva natureza bruta.
Paredão frio íngreme escuro de rocha dura
Não sobrevive alma alguma, tudo desaba
Vive apenas a sombra da luz do dia.
No corpo humano cálido formoso delicado enfeitado
Não bate coração algum.
Rocha partida que bombeia areia fina
Sem vida, circula nas veias ressequidas
Mineral humano, matéria de amor desprovida
Embalada sob a linda forma feminina.
Um ente que respira pode não ter alma viva?
Ou é corpo morto ainda animado pelo mal semeado?
A beleza da fronte esconde o sentir ausente
Qual cadáver velado maquiado artificialmente corado.
O olhar do espécime reproduz a indiferença
Da fera selvagem cruel faminta a devorar sua presa.
O espectro humano belo de áspero concreto armado
Perambula pelas vielas esgueirando-se atrás da atenção
Da espécie humana quente radiante de vida exultante.
Compara a sua dureza crua à fragilidade de uma alma pura
Percebe a força que tem ao não possuir uma própria sua
Só para ver a vitória da vida sem sentimento gozada,
Por nada, a outra esfacela destrói arrebenta esmaga.
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