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Poesias-->Amante do Tempo -- 11/11/2006 - 02:20 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Amante do Tempo
Ando no andaime cortante das quinas e equilibro os pés
Como se as coisas permitissem percorrê-las a fio...
Nas superfícies objetais passo rápido (não paro)
Sem desdenhá-las porém sem levá-las comigo:
Elas me fitam com gana e fome...
me arrancam a alma puxando pelos olhos
e eu, acostumada a deixá-las- não resisto.
Minutos relógio, minutos – espera : o Tempo se cansa de tanta vantagem. Obriga, tortura.; me deixa sozinha.
Revolto e reclamo contagens : a vida é passagem.
Aposto na guia do fio do meio (ao alcance da mão),
me jogo no abismo dos prédios enormes
e peço perdão. Não sei compactuar.
Não sei barganhar com o Tempo.
Permito os perfumes : acredito em oásis
Tudo de joelhos, no verbo sonhar.
Negociando canções que nunca irei cantar,
a perdê-las de vista e obrigá-las a ficar.
Sucumbem, se vão. Ficam palavras-
Difícil sorteio nas beiras prediais ,
incerta cidade de feras exaustas.
Pássaros de cartão tiram finos no ar. Não sei voar!
(Não detenho o Tempo ! )- e ele, a passar
me esbarra, se equivoca : não sabe o que fazer.
Vira ditador : nem sabe como eu sonho,
Como aposto e O enveneno, silenciosamente,
No meio do meu coração. Graças ao ser esquisito
que morre na praia.
O verbo solene que rouba o Mar.
Te leva, meu Tempo : o verbo Amar.
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