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Poesias-->Da Vida do meu Amor -- 21/11/2006 - 02:27 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Da Vida do meu Amor
Ao Alex
Meu amor me conta o mundo enquanto pensa na Terra.
Sempre aí – tão doce e quieto - sem ninguém...
Solidão de alma aberta: como águia!
Como eu é um circense: trapezista, equilibrista.
E eu : palhaço sem rancor.
Meu amor.
Vai de um canto para outro: corre o mundo.
Meio a bombas, as poeiras - os estouros.
Os venenos e os mandantes, caminhões
e os horrores como cruzes- bem certeiras.
Ele me conta das guerras, eu lhe digo : “eu já sei”!
Mas na dor dos olhos negros - eu percebo que não sei.
Ele adora estar bem quieto: como planta, como cão.
Na quietude ele viaja,
e arrebenta meus esquemas:
me perdoe, mas não sei!!
Nas coisinhas desta vida, que cultuo : meu amor,
eu nada sei.
Nada sei do que se esconde, que violenta.
Nada sei do que escolheste (pra viver?)
Dos canhões e das balas : e da dor.
Acreditava talvez
que eu conhecera.
E por pudor não cantara- tanta dor.
Mas qual canto que machuca, os teus olhos são janelas.
Como arquivos me sacodem : a paixão e a dor alheia,
como uma deusa gritante mora tua alma e me acena.
E assim, tão frágil e enorme - nossa paixão me atordoa.
O mundo-horror te devora.
E caminhando entre os mortos, lhe dás a mão:
e o perdoas!!
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