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 | Poesias-->NATAL  (Fernando Pessoa) -- 23/11/2006 - 23:27 (Heleida Nobrega Metello) |  |  |  |  |  |
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 O sino da minha aldeia,
 
 Dolente na tarde calma,
 
 Cada tua badalada
 
 Soa dentro de minha alma.
 
 
 
 E é tão lento o teu soar,
 
 Tão como triste da vida,
 
 Que já a primeira pancada
 
 Tem o som de repetida.
 
 
 
 Por mais que me tanjas perto
 
 Quando passo, sempre errante,
 
 És para mim como um sonho.
 
 Soas-me na alma distante.
 
 
 
 A cada pancada tua,
 
 Vibrante no céu aberto,
 
 Sinto mais longe o passado,
 
 Sinto a saudade mais perto.
 
 
 
 
 
 "Fernando Pessoa - Obra Poética - Cancioneiro",
 
 Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 140.
 
 
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