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Poesias-->CRÔNICA HIEMÁTICA EM VERSO LIVRE -- 24/11/2006 - 17:50 (João Ferreira) |
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CRÔNICA HIEMÁTICA EM VERSO LIVRE
Jan Muá
Porto, 24 de novembro de 2006
A terra tem seus ciclos estranhos
Mais estranhos quando brotam sem aviso
Apenas tocados pela fúria das vísceras profundas
Hoje, na Lusitânia, sem a assistência
E a bravura de Viriato
As meteorologias exportaram para o pequeno Reino
As novidades climatéricas
De um vento raivoso a 90 e a 120Km
As chuvas impiedosas empurradas
Pelo espírito móvel do Bórias mitológico
Avassalaram ruas, casas e estabelecimentos
Desarmonizando os ninhos incubados
Da vida urbana
Forças reais da natureza primitiva e bárbara
Explodiram como invasoras
Nas pacatas ruas e telhados das cidades da Lusitânia
Ventos incontidos e ciclônicos
Resolveram fazer inéditas incursões eólicas
Pela Lourinhã inundando a cidade
Por Aveiro, por Águeda, pelo Porto
E por todo o Norte
Destemperando a atmosfera
Enchendo as casas, as ruas, os ribeirões
As barragens, os rios e as lagoas
Mostrando cidades convertidas em rios
As águas despejadas e tocadas
Por elementos cósmicos fundamentais
Acossaram e bateram
Sem qualquer aviso ou cálculo
De sofisticada engenharia
As civilizadas estruturas da sociedade organizada!
Fechada a cara do céu pela neblina hibernosa
Não se viram mais cidades nem prédios
Nem ruas
Tudo ficou envolto pelo nevoeiro chuvoso
Com o ar carregado e fechado
Os ramos das árvores agitados
As ruas inundadas
E o mar revolto com ondas de seis metros
Batendo no molhe do porto.
O mar proceloso expulsa as gaivotas para terra
Contém a audácia dos pescadores
E o vento bravo em rajadas de guerra
Balança tudo
Assolando telhados e antenas
Em rodopio feroz
Clima de inverno chuvoso e frio
Tempestuoso
Hiemático em suas entranhas!
Jan Muá
Porto, 24 de novembro de 2006 |
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