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Poesias-->PESTE LENTA -- 26/12/2006 - 10:23 (Rudolph de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PESTE LENTA



O velho doente me disse:

Vivo apesar dela.

Respiro ainda ...

O tempo é remédio.



Pediu ele ao médico:

Como curar este tédio?

Lágrimas e dores no peito, ancião

Sararão este tormento.



É também meu intento

Debelar a mesma doença

Tem outro nome, ela

Mas também me atormenta

Para mim é como uma peste o que para ela foi resfriado.



Farei como o velho

Fiar-me-ei no tempo e nas lágrimas

E no aperto do peito

Até cair no esquecimento

O recorrente pensamento

Que por isso virou moléstia

Que leva o nome dela.

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