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Poesias-->Poema da Noite -- 17/01/2007 - 10:05 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Poema da Noite.
De manhã há uma saudade que não fala nada.
Detêm-se as orgias, os contos, os medos
e os dedos de faca dos monstros de infância.
Penduram-se todos e esperam a Noite
escondendo em silêncio uma ausência marcada.
Nos pontos calados dos cérebros mortos,
-acreditam as crianças-
habitam malucos com dentes de ouro
que levam cartolas brilhantes e pretas.
Fantástico acordo fizeram com o medo!
Coitada da Noite:
está em desespero!
A avó ou a menina contando mentiras
e monstros astutos pra cama mais cedo.
Crianças com medo, a Noite é culpada!
A parte da Noite que adultos não contam
(no quarto vizinho teremos orgias).
Sem monstros,sem medos, com muito prazer!
Prazer que é à Noite e embriaga de Dia.
O Dia roubando o noturno prazer!
Injusto e covarde, faltando essa parte,
roubaram da Noite contar dos amantes...
Por isso as crianças, crescendo em paixão
à Noite se escondem e se amam nos muros
sem medos, sem monstros : com muito prazer!
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