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Poesias-->ALFAMA -- 18/02/2000 - 16:59 (Helena Faria Monteiro) |
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Do alto da sua encosta avistam-se as naus
A azáfama é grande nas vielas ascendentes
Tortuosas e esconsas.
Junto ao Castelo a vista perde-se nesse mar
Que é rio de sonhos e esperanças
Arrancadas a marés de mareantes.
Hoje do alto do seu miradouro, Alfama,
Assenta na vertente e assenta em nós seu encanto.
Sempre me perco e só a encontro em Santo Estevão
Cada rumo perdido é uma nova descoberta
Não as do Gama mas as de Alfama
Bairrista, tradicional, marialvista
Do vinho, do fado, da sardinha assada
Das prostitutas e dos chulos
Dos marinheiros e suas conquistas
Dos gigolôs aportuguesados
Dos tradicionais fadistas gingões
Dos sobreviventes pares de namorados
Que em dias ensolarados se assentam nos pregões
Emprestados por varinas endomingadas
Em canastras de jaquinzinhos e mexilhões.
Em Alfama cada degrau de suas escadinhas
É uma prece apressada a Deus
Por todos que a demandaram e demandam
Cristãos novos e judeus.
Cheirando a Castelo e mar
Banhada pela luz que só Lisboa lhe pode dar
Não é só a rainha das marchas populares
É e será nossa Musa entre as musas
Ora prolongamento do Tejo e das Tágides
Ora caravela quinhentista que nele se afunda.
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