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Poesias-->Mulheres de vida fácil -- 27/01/2007 - 12:57 (Silvio Guerini) |
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Quem, por ora, olha distante
quem se esconde no anonimato
buscando pela noite por sua amante
aflito pelo toque... pelo amor imediato
não faz idéia deste mundo
nem sonha sequer como joga a vida
neste vil encontro... num jogo imundo
da ilusão que não dá pra ser contida
de quem o corpo e o amor negocia
na ilusão de quem precisa do prazer
do tesão que pulsa em euforia
de quem precisa simplesmente viver
e neste jogo de sentimento
onde corpos desconhecidos se tocam
cada um buscando naquele momento
o alívio da fome que as sufocam
das vontades não completas dos amores
necessidades do corpo... vontades do coração
aliviando amarguras... dissolvendo dores
de vidas vividas sem emoção
e quando compra 1 hora de sexo
na ilusão do deleite material
se julga senhor... mas nota perplexo
como uma pluma num vendaval
que no turbilhão que se mete
não comanda, nem manda, nem é senhor
pois vestido na ilusão que nada afete
de quem manipula esse joguete de amor
se entrega nas mãos sedosas da cortesã
que de impura... maldosa... vira santa
vira doce... qual açucarado marzipã
pois a fome e a ânsia é tanta
de sua alma finalmente saciar
na fonte bendita deste ventre
maliciosamente doce no encantar
convidando o desejo para que entre
e se perca neste tenro paraíso
da doce carne e da paixão
convidando que não pese o juízo
matando no fundo a dolorida solidão.
Quem, então, olha de perto
quem procura sem medo... atento
dentro do próprio coração, decerto
sentirá na rudeza do sentimento
que o coração da amante faz sangrar
pois daquele ato puramente animal
que o instinto apenas quer calar
e o soberbo julga coisa certamente imoral
surge um temporal de conflitos
que faz sua vida ir ao chão
e de seu íntimo gritam aflitos
sua alma... seu orgulho... seu coração
e os anjos que ouvem... choram
um pranto doído por vossas filhas
que por apenas compaixão imploram
perdidas num mar de desencantos como ilhas
servindo a desejos e prazeres inomináveis
de nem sempre dóceis e gentis cavalheiros
que buscam por carinhos incontáveis
pela luxúria e amores passageiros
negociando sentimentos por migalhas
fugindo de suas duras realidades
dos amores corrompidos entre falhas
travestidos em odiosas caridades
e que depois do desejo saciado
simplesmente se levantam... vão embora
levando consigo o sabor do amor comprado
arrematado de um coração que ainda chora
apunhalado pela dúvida do imoral
pelo que o mundo julga certo ou errado
olhando pra cima em busca de um sinal
que alivie este fardo tão pesado
pois tantas vezes sonhou com a liberdade
de amar apenas seu príncipe encantado
de dar seu corpo só na doce cumplicidade
de amor e carne num só corpo comungado.
Oh! Mundo hipócrita que a julga sem perdão
por um destino que nem sempre escolheu
que lhe acorrenta como grades de prisão
no passado dos desamores que um dia sofreu.
Silvio Guerini
27 de abril de 2006, 19h51
guerinis@uol.com.br
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