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Poesias-->Paradoxo -- 27/01/2007 - 13:35 (Silvio Guerini) |
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O mais incrível da vida
como um fluxo maravilhoso
mas que também assusta
como num jogo tenebroso
é que luz e escuridão
se alternam incessantes
como marés de brilhos e trevas
regendo sinfonias extravagantes
palavras que afagam...
também saem de bocas que te maldizem
e que teus anseios naufragam
o remédio de uns... é a droga de outros
é o veneno que nossos sonhos contradizem
O bendito desta vida
que o ser santifica
mas também sua eterna maldição
que o mais forte debilita
é a dura ambigüidade reinante
nos dois lados que tudo tem
semeando dúvida constante
toda palavra... seu oposto
toda verdade... sua versão
todo amor... seu calvário
todo pecado... a salvação
O bom desta vida
como elixir da juventude
mas também o seu mal
que te embriaga amiúde
é saber que o tempo não tem dono
pois o agora é tão fugaz
ninguém conhece o amanhã
ninguém muda o que viveu
nem pára o momento que compraz
pois somos todos inquilinos
de uma vida em apogeu
navegantes cegos mas arrojados
singrando mares de desatinos
O mortal desta vida
feito um feitor inclemente
mas também o que a faz brilhar de emoção
como a luz de uma estrela cadente
fulgor divino em ascensão
é justamente a certeza de que nada é eterno
pois a eternidade está contida em cada momento
de um tempo que não governo
de esperanças trazidas pelo vento
certeza de que o universo é nosso pai
pois o infinito está dentro de nós
do coração atento que o amor atrai
gritando alto... em cristalina voz
uma verdade que se expande
pois seremos tão pequenos... quanto deixarmos
mas incomensuravelmente grandes...
se assim quisermos... e acreditarmos...
Silvio Guerini
22 de dezembro de 2005, 22h07
guerinis@uol.com.br
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