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Poesias-->Lá Vem a Menina -- 19/03/2007 - 23:08 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Lá vem a Menina
Lá vem a menina de coxas e pernas :
em ares e sonhos de suave presença.
Não sabe ela alheia que a vida nos cobra (passagem inteira).
Não sabe que o jogo não começou com ela.
Não sabe do troco, das rosas vermelhas,
dos duros espinhos, do gosto que deixam...
Talvez ela voe, ou fique na areia.
Quem sabe das coisas?
Quem sabe dos rumos das loucas donzelas?
Quem sabe se puta, madame (ou se freira!)?
Lá vem a menina, de seios e pernas.
Lá vem a mulher, de corpo sereia,
de noite brilhante, de dia ofegante.
Lá vem esta moça, um pouco de todas.
Talvez na contagem
do troco na entrada,
a puta que pague,
a freira que chore.
Talvez a madame,
que case e que estrague.
Talvez tantas outras te peçam fiado,
no corpo, na alma.
Talvez nessa estrada, com tudo ou sem nada,
com homens, mulheres-
talvez negocies.
Porém eu te digo: desejo que aprendas
o jogo e a mágoa,
que rias das dores e pises na grama,
que acendas fogueiras,
que apagues invernos.
Assim poderás reviver desta guerra.
Beijar as estrelas, brincar com as pernas.
Ser puta e ser moça. Ser dona da areia.
Saberás pronunciar o inquietante “eu te amo”.
Ser fiel? Uma escolha- sem medo nem pressa.
E também saberás- isso sim, com certeza
(se preciso for) revirar a mesa!
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