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Poesias-->Nossas marcas -- 21/03/2007 - 03:06 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Nossas marcas.
O pincel pinta os rostos e os estraga.
Ou conserta as coisas que lhes faltavam.
Passa as marcas da vida
colando-as embaixo dos olhos
e em volta deles. Ao redor da boca,
na testa e nas mãos, na pele.
Suga o que sustenta
e sustenta o susto:
um susto de relógio que leva a existência
que esquece entremeios,
que lembra finais.
Não podemos
abandonar os sentidos.
E comer com fúria.
Ou alienar os ouvidos.
E driblar contatos...
Engavetar a vida- como em quatro rodas-
e pesar a alma
para ver se agüenta...
Beijar as estátuas da nossa cidade
porque as cremos vivas,
e recolher suas queixas
e fazê-las dormir...
Tudo isso, não mais podemos.
Porque a noite aquela em que nos conhecemos
e saimos buscando
e deixamos esperando- o azul do céu,
o asfalto seco, a luz da lua...
As marcas da vida nos rostos alegres
haviam sumido.
E anestesiados de amor
esquecemos as verdades,
pulamos as agruras
e acreditamos (ou fingimos)
que seria para sempre.
Somente o amor
que adora as marcas:
aquele que as guarda
e esquece o medo.;
aquele eu quero!
E se não conseguimos, meu bem,
sintonizá-lo
comecemos de novo.
Voltemos- cada um- meu amor.;
como pássaros querendo
seus próprios bandos.
Cada um de nós,
para seu próprio lado!
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