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Poesias-->Enquanto o amor não chega -- 02/05/2007 - 03:33 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Enquanto o amor não chega
(ao amor que ainda não tive)
Tens a ligeireza do lençol freático:
és como a circulação – e eu sou a Terra.
Arrastas tua vitalidade pelos bastidores
sem mostrar que trazes a vida inteira,
que carregas o alento,
que percorres entranhas...
Sem você não florescem minhas sempre-vivas,
não cantam seu verde os bambus corpulentos.
Sem ti não se estendem os cantos das aves
nem ficam em festa as cachoeiras e os liquens...
As rochas se apagam, o mar se entristece.
E somem os musgos cansados de espera.
Entre todas as selvas teu poder é o do sol,
daquele que acorda as maiores feras,
que imita o calor sem igual das lareiras,
que promete o amanhã...que sacode a poeira.
Sem você não há rimas, amor, primavera.
Com você enfrento tudo : os incêndios, as guerras...
Eu te digo porém: tudo bem, se não chegas.
Não me canso do frio, nem da chuva ou da espera.
Na verdade nem sei qual o nome que levas!
Eu só sei que tu existes – pode ser que nem veja..!
Sempre-vivas e aves, os bambus e as estrelas
Todos tem vida longa, tem passado entre as eras!
Por enquanto eu aguardo.
Nesta louca existência, nós fazemos o encanto!
(Ou então, como bichos, dormitamos num canto!)
Eu preciso utopias: toda noite esta lua vou de baixo mirando.
Talvez sim, tenha sorte - e na lua atirando,
Ninguém sabe meu bem, se não estou te acertando!
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