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Poesias-->Temores -- 07/05/2007 - 03:02 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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Temores
Tenho loucos temores,
mas são todos meus.
Todos bem assinados:
não há um emprestado.
São temores com bocas
que vieram de beijos,
por deixar marcas loucas
de quem já não mais vejo.
Há temores com cheiros
como essências e selos:
esses são perigosos
pois enfrentam desertos.
Há temores de espelho
que me exigem respeito.
Dou-lhe anos e os deixo
porque pagam e obrigam.
E há silhuetas e toques
como sombras e açoites
que de leve revivem
as mais sórdidas noites...
Há temores de terno
que prometem gravatas...
gravatas de pernas
e de bocas e infernos...
E há temores que moram
nos exaustos desejos-
esses são como incêndios
que provocam lampejos...
Tenho medos e invernos
e manuais que suscitam
e que indicam cuidados
e que piscam e evitam...
Mesmo assim eu me atiro
nos penhascos da vida
e sem medo do vôo
meus temores, devoro!
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